O impacto das novas tecnologias
na vida em sociedade constitui um tema em permanente discussão. São de ter em
consideração não só o aparecimento diário de máquinas cada vez mais
sofisticadas, mas também o efeito que poderá ter a ligação em rede que é
oferecida aos nossos jovens vinte e quatro horas por dia. Acredita-se que esses
efeitos são condicionados pelo género, idade e classe sócio-económica dos
intervenientes.
Crê-se também que a ligação dos
jovens aos meios digitais atingirá em breve a saturação. Com uma frequência
cada vez maior, os jovens ligam-se à Internet logo que chegam a casa, ocupando
várias horas por dia na realização de
actividades escolares e nas redes sociais.
No entanto, é
discutível se a ligação dos jovens ao digital terá apenas implicações positivas,
merecendo por isso o apoio da família e da escola ou se as autoridades
académicas deverão evitar a trivialização das interações sociais e culturais
através da rede. As opiniões divergem: os messianistas defendem a ideia da
geração digital; os catastrofistas são de opinião que a ligação quase
permanente à rede tornará os jovens desatentos, confusos e violentos e,
finalmente, os cépticos que criticam uns e outros argumentando a inexistência
de provas conclusivas.
Investigações recentes relativas aos efeitos
da tecnologia nos valores sociais e estilos de vida dos jovens, mostram efeitos
multifacetados e interrelacionados e, portanto, difíceis de entender.
O argumento de que existem grandes
potencialidades na aprendizagem digital é muitas vezes mencionado como uma
grande oportunidade de introduzir melhorias na educação. Todavia,
contrariamente ao que muitas vozes sugerem, os estudantes não evidenciam
mudanças nas suas expectativas no que se refere ao ensino: as suas preferências
são ainda o ensino presencial, onde a tecnologia poderá aumentar o seu
desempenho.
A vasta literatura defendendo que a
educação formal deveria mudar radicalmente de modo a satisfazer os jovens não é
suportada pelos factos. A investigação mostra sim que os professores, por
vezes, não se sentem à vontade com a utilização das tecnologias na educação
formal embora conheçam a sua utilização em contextos de entretenimento,
informação e contacto social. Mesmo assim, as novas tecnologias podem ser
consideradas como oportunidades de diálogo com os jovens, podendo a longo prazo
melhorar significativamente as suas possibilidades de inserção no mercado de
trabalho.
FNeves