Francisco Goulão é um estudioso
da História Local e um pesquisador da História da Educação em Portugal.
Colaborou, ainda, na obra Liceus de
Portugal, sendo presença, igualmente, na Revista História. Como historiador local tem vários trabalhos sobre
Monforte da Beira, aldeia de que é natural, assim como de Proença-a-Nova. Como
investigador da História da Educação, publicou, entre outras, a obra Instrução Popular da Beira Baixa, em 3
volumes e Problemas da Instrução Popular
da Beira Baixa.
Mas não era sobre
estes estudos que desejaria debruçar-me mas sobre um outro, agora saído, embora datado de 2011,
denominado de Escola e Cidadania – Teoria
e Prática na Aprendizagem. Trata-se de um trabalho em que o autor,
analisando o período que vai do Marquês de Pombal até aos nossos dias,
apresenta como tese que “as dificuldades sentidas presentemente na evolução da
aprendizagem e formação do tecido empresarial… são consequência de deficiências
longínquas dos sistemas político, educativo e social”. Por isso, “importa
analisar, de forma a extrair as ilações indispensáveis para diagnóstico
correcto”.
Depois da apresentação e
contextualização do tema, o estudo descreve a evolução das aprendizagens escolares
e tecnológicas em França, Alemanha e Inglaterra, com ênfase no século XIX.
Segue-se um conjunto de propostas
feitas por pedagogos e políticos, o primeiro dos quais é Luís da Silva Mousinho
da Silveira, que exerceu funções equivalentes às de 1º ministro durante a Regência
liberal. O autor termina este capítulo com a referência detalhada a Faria de
Vasconcelos, um nome alto da educação da 1ª República e do Movimento da Escola
Nova portuguesa.
O livro conclui-se com uma
reflexão sobre a situação actual. Ora, esta ainda não tomou em devida conta os
múltiplos contributos e experiências que, ao longo do livro, foram explicitados
e que urge repensá-los. O passado não se repete; mas pode contribuir para construir
um futuro melhor. Mesmo na educação!
Mário Freire