quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

FULGOR




Bem mais vale ser morto-vivo,
excluído, sem medo da morte,
que vivo-morto, já cativo,
tendo perdido o próprio norte.

Conta o ser, mais do que o ter,
chama sendo o coração.
Ódio ter nem é viver:
Causa ele a corrosão.

Quando a vida faz sentido,
sopro há que o amor ateia,
mesmo quando se é perseguido.

Qual o óleo em candeia,
torna o halo acrescido:
De fulgor tal vida é cheia.


João d'Alcor