sábado, 30 de janeiro de 2016

OS PAIS QUE VALORIZAM A APRENDIZAGEM DOS FILHOS

             




O que é valorizar a aprendizagem dos filhos? É perguntar-lhes, com serenidade, como têm decorrido as aulas, que matérias estão a dar nas diversas disciplinas, quais as dificuldades que estão a sentir no estudo e quais as maneiras que eles acham, se já forem adolescentes, de as ultrapassarem. Além disso, a observação dos filhos em casa em relação ao estudo é um meio de os pais se aperceberem se a aprendizagem está a ser feita adequadamente. Depois, há sempre uma maneira de ver se os filhos estão a trilhar os caminhos adequados na aprendizagem: dirigirem-se ao director de turma ou ao professor, se a criança ainda frequenta o 1º ciclo do básico. Pais que procedam assim estão a contribuir para a principal conclusão que o investigador Francisco Peixoto do Instituto Superior de Psicologia Aplicada chegou: pais que valorizam a aprendizagem têm filhos com melhores notas.
Se os pais focarem a sua atenção no aprender dos filhos, como um caminho que se vai construindo, é mais eficaz do que centrarem-se nos resultados que eles trazem para casa. Segundo o estudo feito, a atitude dos pais tem reflexos ao nível da motivação dos filhos para aprenderem. Assim, se os pais estão constantemente a pressioná-los para terem boas classificações, estes ficam com maior ansiedade, desmotivam-se porque as expectativas dos pais nem sempre correspondem às notas obtidas, fomenta-se o espírito de competição e, até, de inveja das crianças entre si, abrindo portas para um mau ambiente familiar.
Os pais têm, pois, um papel fundamental na aprendizagem dos seus filhos, fazendo com que eles vejam o seu estudo mais como um processo em que se valorizam e têm possibilidades de melhor alcançar as suas metas na vida. Claro que nem sempre no estudo tudo corre bem. Há, então, que fazê-los aprender com os erros, na presunção de que o aluno tem direito a errar, dando-lhes incentivo para ultrapassarem as dificuldades. A aprendizagem é um meio de valorização das capacidades. Fazer da aprendizagem um terreno de disputa e de querer ser melhor que o companheiro é corroer a personalidade da criança e adolescente e proporcionar-lhes as condições para serem adultos infelizes.


                                                            Mário Freire