Os
195 países reunidos em Paris na conferência das Nações Unidas sobre o clima
(COP21), assinaram o primeiro acordo universal de luta contra as alterações
climáticas e o aquecimento global.
Os
observadores concordam em qualificar a COP21 como um sucesso diplomático. Há,
contudo, quem não seja dessa opinião. A COP21 não terá efeitos imediatos (só a
partir de 2020) mas, para já, tornou possível que os muitos países presentes se
comprometessem, embora de forma não vinculativa, num combate que todos
reconhecem de grande importância para a regulação do clima da Terra.
O
acordo de Paris pretende que o aquecimento global não ultrapasse os 2°C. Isso
pressupõe nos próximos anos um trabalho conjunto a nível nacional, europeu e
internacional, no âmbito da eficiência energética e das energias renováveis.
As
mudanças climáticas terão consequências ambientais, económicas e sociais em
todo o mundo. Quais serão os cenários para a Europa e para o mundo?
No pior cenário,
num horizonte de 2100, a temperatura teria um aumento de 4.8 ºC. Este cenário
será de esperar se nada for feito. Neste caso, apresentar-se-ão três grandes
riscos para a Europa e para os seus habitantes:
- A economia seria gravemente
afectada pelo aumento das inundações, subida do nível do mar, poluição dos rios
e dos lençóis freáticos.
- Uma diminuição da água
disponível, acompanhada dum aumento do consumo, afectaria todos os sectores da
economia em particular a agricultura e a indústria. Na Europa, a região mais
afectada seria a região mediterrânica, onde as secas seriam mais frequentes.
- Uma multiplicação de episódios
de calor extremo teria consequências graves na produção agrícola, na
produtividade, na saúde e duma forma geral no bem-estar das populações. Também
os fogos florestais aumentariam.
Outros
cenários, menos dramáticos, poderão ser apresentados mas a seu sucesso depende
do facto de se conseguir ou não limitar o aumento da temperatura global. Este
aumento não deverá nunca ultrapassar o limiar fatídico de 2ºC, acima dos quais
os danos ambientais são irreversíveis.
Os
peritos afirmam, com elevado grau de certeza, que as actividades antropogénicas
são responsáveis pelas mudanças climáticas. Será pois uma alteração do
comportamento humano, que poderá inverter a situação.
Diversas
soluções, têm sido apontadas, quer a nível local quer a nível regional e
global. De referir, entre outras, o aumento da eficiência nos sectores
energético e dos transportes que conduziria a uma redução efectiva das emissões.
Também uma maior utilização das energias renováveis e a generalização de normas
ecológicas na agricultura seriam da maior importância.
FNeves