quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

A ESCOLA NA FAMÍLIA

                          



Muitos dos problemas escolares (de aprendizagem, disciplinares e outros) têm origem, mais ou menos próxima na família. Costuma dizer-se, nos dias que correm, que os pais têm pouca disponibilidade para acompanhar os filhos, seja nos assuntos de natureza escolar, seja nos outros. E, para isso, encontram-se várias justificações: falta de tempo, preocupações de natureza financeira, funcionamento familiar perturbado...
Acontece que o acompanhamento escolar da parte dos pais não implica, necessariamente, que eles saibam as matérias que os filhos andam a estudar. Diria, até, que são as tarefas que não exigem esse conhecimento as que maior importância têm. Assim, o que impede os pais de solicitarem dos filhos que digam o que de significativo se passou dentro e fora da sala de aula? Fazer perguntas sobre colegas e professores e sobre aquilo que andam a estudar nas diferentes disciplinas é um modo de os pais acompanharem a vida escolar dos filhos. Questioná-los sobre os amigos que têm é tentar compreendê-los, para melhor os ajudar. O que se torna necessário é haver uma autoridade na família suficientemente madura que permita ouvir as respostas, mesmo as mais surpreendentes ou inadequadas, sem que as emoções saltem de imediato, inibindo, assim, à partida, qualquer abertura ao diálogo com os filhos.
Claro que, muitas vezes, os filhos, para justificarem os seus reveses escolares, culpam a escola e os professores. A atitude dos pais, neste aspecto, deve ser muito firme: não culpabilizar a escola nem os professores. Se os filhos vêem os pais do seu lado neste aspecto, significa que eles estão a desvalorizar o papel da escola e esta desvalorização acarretará uma atitude de desinteresse e até de aversão por ela, com consequências na disciplina e no aproveitamento escolares dos filhos. Se há algo que necessita de ser esclarecido, há sempre um director de turma, uma direcção da escola e, até, um professor disponíveis para esclarecer o que for devido.
Enfim, as conversas despreocupadas mas com objectivos claros no dia-a-dia de uma família minimamente funcional podem proporcionar maior tranquilidade à família e contribuir para formar cidadãos mais responsáveis.             
   

                                                        Mário Freire