quinta-feira, 9 de julho de 2015

GAIVOTAS





Gaivotas em bando esvoaçam na praia.

Lenços brancos de seda, acenando ao voar.

Pedaços de neve na luz que desmaia

São velas acesas, à noite, no mar.

 

Gaivotas sem rumo paradas na margem.

Murmúrios velados que turvam o olhar.

Parece-me, ao vê-las, ser uma miragem.

Desejo de um sonho que tarda em chegar.

 

Parecem bandeiras quando abrem as asas.

Parecem crianças, de noite, a pintar

Seus sonhos de Paz no silêncio das casas

No azul do céu ou no verde do mar.

 

Só quero que nenhuma esvoace à deriva

Se o vento do Norte trouxer temporal.

Que nem uma gaivota, lá fique cativa!

Que sejam meninas de crescer, namorar.

 

Se alguém vislumbrar uma asa ferida

No sonho ou na rede d´ algum pescador

Que defenda, num brado, eterna guarida

Libertando as gaivotas, num gesto de Amor!...



Aldina Cortes Gaspar

“ IN PEDAÇOS”