Salman Khan,
americano, engenheiro electrotécnico do MIT e MBA de Harvard, tentava, em 2004,
tirar as dúvidas em matemática de uma sua prima que vivia a mais de 2000
quilómetros de distância, através do telefone. Tal forma de ajudar, porém, não se
mostrava eficaz. Resolveu, então, começar a gravar vídeos com as respectivas
explicações e a colocá-los no YouTube. Eis que, de um momento para o outro, os
vídeos são procurados por milhares de pessoas. Nos comentários feitos,
faziam-se pedidos para que outros temas passassem a ser tratados por Salman. Assim
nasceu, em 2008, a Khan Academy a qual, quatro anos depois, tinha mais de
quatro mil vídeos disponíveis e no seu site ultrapassavam-se 240 milhões de
visualizações.
A missão da Academia,
com um repositório de conteúdos educacionais gratuitos, é tornar acessíveis
várias disciplinas, principalmente a matemática, mas também as ciências, a física,
a química, a computação, a economia, as humanidades e temas de actualidade
científica.
Em Portugal, a Khan
Academy entrou em 2013 através da Fundação PT, a qual está a fazer a adaptação
dos vídeos originais em inglês para português. Os vídeos relativos à matemática
estão de acordo com o currículo escolar nacional e têm a certificação da Sociedade
Portuguesa de Matemática. A adaptação nas outras áreas está a ter por
referência, nesta fase, os conteúdos abordados nas provas nacionais do 2º, 4º,
6º, 9º e 12º ano, estando disponíveis, no final de Dezembro passado, cerca de 800
vídeos de matemática, física, química e biologia.
Escusado será de
referir a importância pedagógica de que se reveste este instrumento de
aprendizagem para os alunos. Ele constitui-se numa ferramenta que poderá ajudar
os pais a acompanhar melhor os estudos dos seus filhos e, inclusive, ser um
inspirador para a intervenção do professor na sala de aula. Será que este
acervo documental está suficientemente divulgado entre os que directamente se
implicam nos processos de ensino e de aprendizagem?
Mário Freire