sábado, 15 de novembro de 2014

"NA TUA ESCOLA HÁ BULLYING ?"


                              


Esta questão tem que voltar a estar nas preocupações de todos aqueles que, directa e indirectamente, se implicam na vida da escola e dos alunos. Foi em torno daquela questão, aliás, que girou um inquérito feito pela associação de Empresários pela Inclusão Social e tornado público em Março passado. Este inquérito reportou a cerca de 2000 alunos com idades entre os 12 e os 15 anos e estendeu-se a escolas de 9 concelhos, 8 dos quais do Continente e um dos Açores.
Ora, 62% dos alunos inquiridos responderam que sim à questão em título desta crónica. Pormenorizando mais as respostas, verificou-se que os alunos em risco e os rapazes percepcionavam menos os comportamentos de bullying dos que os alunos sem risco e as raparigas. Quanto aos tipos de violência identificados foram referidos o verbal como o mais comum e, logo a seguir, o físico.
Questão interessante era aquela em que se solicitava o grau de envolvimento dos alunos que tinham percepcionado o bullying. Ora, dos 58% que afirmaram terem já estado envolvidos, 10% e 4% foram participantes activos, respectivamente, como vítimas e agressores; os restantes 44% estiveram na situação de espectadores.
Continuando nas estatísticas, refere-se, ainda, entre muitos outros dados, que 50% dos alunos não tinham conhecimento de qualquer campanha ou programa anti-bullying na sua escola.
Como podem os pais saber que os seus filhos estão a ser vítimas deste tipo de violência? O que é que eles têm de fazer? E quando um/a aluno/a é vítima? E quando se participa como assistente do bullying? Qual o comportamento dos professores e da escola perante a ocorrência deste fenómeno? Que diligências são empreendidas para o detectar e que terapêuticas são ensaiadas para o atenuar? Eis um sem número de questões que talvez fosse de interesse abordar no início de um novo ano escolar, nos primeiros contactos dos alunos e das suas famílias com a escola.


                                   Mário Freire