Esta
questão tem que voltar a estar nas preocupações de todos aqueles que, directa e
indirectamente, se implicam na vida da escola e dos alunos. Foi em torno daquela
questão, aliás, que girou um inquérito feito pela associação de Empresários pela Inclusão Social e tornado
público em Março passado. Este inquérito reportou a cerca de 2000 alunos com
idades entre os 12 e os 15 anos e estendeu-se a escolas de 9 concelhos, 8 dos
quais do Continente e um dos Açores.
Ora, 62% dos alunos
inquiridos responderam que sim à questão em título desta crónica.
Pormenorizando mais as respostas, verificou-se que os alunos em risco e os
rapazes percepcionavam menos os comportamentos de bullying dos que os alunos
sem risco e as raparigas. Quanto aos tipos de violência identificados foram
referidos o verbal como o mais comum e, logo a seguir, o físico.
Questão interessante
era aquela em que se solicitava o grau de envolvimento dos alunos que tinham
percepcionado o bullying. Ora, dos 58% que afirmaram terem já estado envolvidos,
10% e 4% foram participantes activos, respectivamente, como vítimas e agressores; os restantes 44% estiveram
na situação de espectadores.
Continuando nas
estatísticas, refere-se, ainda, entre muitos outros dados, que 50% dos alunos
não tinham conhecimento de qualquer campanha ou programa anti-bullying na sua
escola.
Como podem os pais
saber que os seus filhos estão a ser vítimas deste tipo de violência? O que é
que eles têm de fazer? E quando um/a aluno/a é vítima? E quando se participa
como assistente do bullying? Qual o comportamento dos professores e da escola
perante a ocorrência deste fenómeno? Que diligências são empreendidas para o
detectar e que terapêuticas são ensaiadas para o atenuar? Eis um sem número de
questões que talvez fosse de interesse abordar no início de um novo ano escolar,
nos primeiros contactos dos alunos e das suas famílias com a escola.
Mário Freire