Os recursos de água
doce não são inesgotáveis. A sua disponibilidade é cada vez menor devido à sua
utilização intensa, muitas vezes duma forma irracional. Em consequência da
explosão demográfica e do acréscimo rápido das necessidades da agricultura e da
indústria modernas (consumo e processos produtivos) os recursos hídricos são
objecto de uma solicitação crescente. Por exemplo, a indústria e a extracção
mineira utilizam tecnologias que exigem grandes quantidades de água, gerando
também grandes quantidades de efluentes que são devolvidos ao meio ambiente,
muitas vezes sem tratamento adequado.
No caso da
agricultura, as exigências de água também são muito grandes, especialmente em
regiões de clima seco. Além disso, utilizam-se, por vezes, sistemas de
irrigação que conduzem a grandes desperdícios. É paradigmático o
desaparecimento do Mar do Aral, resultante da cultura intensiva mas
insustentável do algodão por parte das autoridades russas.
No que diz respeito à
utilização doméstica, em Portugal, desperdiçam-se cerca de 40 por cento da água
disponibilizada pelos serviços de abastecimento. Inserido numa zona de risco de
aquecimento global, Portugal enfrenta o gradual aumento de temperatura que
significará uma diminuição dos seus recursos hídricos e obrigará a reformular
os modelos de consumo.
Em todo o mundo, mais de
mil milhões de pessoas não têm acesso a água potável e mais de 2,5 mil milhões
não têm acesso a um saneamento básico elementar.
A mudança, qualquer
que seja, tem que partir do comportamento responsável de cada um de nós, dentro
da nossa própria casa. A utilização da água deve ser feita com consciência e
discernimento para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de
deterioração de qualidade das reservas actualmente disponíveis.
FNeves