quarta-feira, 3 de setembro de 2014

PARA QUE SERVEM OS TESTES ESCOLARES?


A primeira ideia que vem à mente de um leigo em matéria de educação é que os testes servem para classificar os alunos. Não excluo que a grande maioria deles terá, nas nossas escolas, essa finalidade. Mas nem todos os testes deveriam servir para classificar.
Assim, no início de uma unidade de ensino será desejável que haja uma informação sobre os conhecimentos já adquiridos por parte do aluno. Esta informação servirá quer para o professor poder adequar os processos de ensino ao seu público, quer para o aluno fazer a recuperação de eventuais matérias em atraso e que sejam necessárias às aprendizagens que irão seguir-se. Aqui, não há que atribuir qualquer classificação mas, antes, uma informação ao aluno daquilo que ele necessita de lembrar.
Claro que, durante o processo de ensino, o professor, mediante questões escritas ou orais, tem sempre a possibilidade de ir recolhendo informações junto dos alunos sobre o modo como a aprendizagem está a ser feita; significa isso que, em qualquer momento, ele pode ter que reformular as estratégias já delineadas. É o feedback a funcionar no sentido aluno-professor.
Finalmente há o teste que associa a si uma classificação do aluno. Note-se que muitos professores se satisfazem com os resultados dos seus alunos quando aqueles seguem um padrão semelhante ao da curva de Gauss. Este padrão traduz-se por uma distribuição dos resultados em que a maioria tem uma classificação média, e duas minorias, uma com resultados altos e outra com resultados baixos. Esta é uma curva de probabilidade que traduz a ocorrência de um número elevado de acontecimentos aleatórios.
Acontece que o ensino não é uma actividade aleatória mas um acto intencional, visando o êxito dos alunos. Se os resultados de um teste se traduzirem num número elevado de classificações negativas, eles deverão alertar o professor para que algo não está a correr como devia, havendo necessidade de intervir, por vezes, a vários níveis.


                                               Mário Freire