Hoje em dia ocupamos
três vezes mais espaço do que há trinta anos atrás. As nossas casas são
maiores, os nossos carros são mais espaçosos, os nossos locais de trabalho são
mais amplos, mais ainda assim procuramos mais espaço. Temos mais espaço
disponível agora relativamente ao passado, mas o consumismo e a nossa tendência
para acumular, leva-nos a precisar de ainda mais. Acumular traduz-nos, muitas
vezes, em contrair dívidas pela vontade de comprar coisas novas, em prejudicar
o ambiente e, porventura, em baixar o nível de felicidade. Este raciocínio
faz-nos a acreditar que ter menos (em objetos) pode significar ter mais (em
qualidade de vida).
Temos a oportunidade
de experimentar situações em que vivemos com muito pouco, como é o caso de
quando viajamos e levamos apenas o essencial para uns dias num hotel, num
barco, ou simplesmente num campismo. Na verdade, poderíamos perfeitamente viver
com o que transportamos para uma viagem, se calhar até com menos. Nestas
alturas, a vida parece mais fácil, mais simples, e não é apenas porque estamos
eventualmente de férias!
Como fazer então para
criar espaço para o que é verdadeiramente importante? O designer Graham Hill
propõe três tópicos:
1) Fazer uma escolha
séria: desfazermo-nos do que não precisamos e controlar o que compramos,
perguntando-nos sempre: será que preciso mesmo disto? Será que isto me vai
proporcionar mais felicidade?
2) Pensar em função da
utilidade dos objetos: será que preciso de um fogão de seis bicos quando só uso
dois?
3) Arranjar soluções
que nos ofereçam mais do que uma função. Um bom exercício que pode ser feito é
perguntarmo-nos, quando entramos em casa, se poderíamos viver com menos coisas.
Viver com menos, ter a coragem de nos desfazermos do que é antigo e inútil, é
uma forma de dar espaço a coisas novas e úteis, que contribuam verdadeiramente
para o nosso bem-estar.
Rossana
Appolloni