segunda-feira, 23 de junho de 2014

CIENTISTAS DE PALMO E MEIO


        Teve lugar nos passados dias 8, 9 e 10 de Maio o IX Congresso Nacional de Cientistas em Acção, no Centro de Ciência Viva de Estremoz. Este Congresso teve a finalidade de incentivar os alunos do Básico e do Secundário a interessarem-se pela Ciência, a formularem os seus projectos, individualmente ou em equipa, a testá-los experimentalmente, retirando as suas conclusões e, finalmente, a apresentá-los perante um júri de cientistas.
Cada trabalho apresentado tinha já sido convenientemente tratado com os alunos e seu professor e era este que, mais ou menos à distância, consoante a idade dos seus pupilos, ali estava a dar a tranquilidade que as crianças ou adolescentes necessitavam.
            Foi interessante ver, por exemplo, crianças com 6 anos, perante um júri de pessoas que elas desconheciam, demonstrarem que nem todas as substâncias são solúveis na água ou que há umas que se dissolvem mais facilmente do que outras. E, depois, confrontarem-se com as suas hesitações, com alguns percalços, não planeados, mas surgidos durante as experiências. E, depois ainda, tentarem responder às perguntas dos “arguentes”, sobre aspectos das suas demonstrações.
            De salientar, o modo afável como o júri de dirigia aos participantes, a linguagem simples que utilizava para que eles pudessem entender o que tinha corrido bem e menos bem, as observações que lhes eram feitas, chamando-lhes a atenção para as contingências do que é fazer ciência e para a aprendizagem que se colhe dos erros que são cometidos.
            O cientista tem em vista tentar dar respostas a questões em relação às quais não se encontrou, ainda, uma explicação aceitável. A verdade, em ciência, é sempre provisória pois, em qualquer momento, pode ocorrer uma explicação melhor que irá substituir a resposta já dada. A provisoriedade é algo que, também, poderia aplicar-se à nossa vida. Uma excepção apenas, em minha opinião: o relativismo moral. O bem não pode depender de modas, de circunstâncias ou da interpretação que cada um lhe queira dar.

                                                             Mário Freire