Teve lugar nos passados
dias 8, 9 e 10 de Maio o IX Congresso Nacional de Cientistas em Acção, no
Centro de Ciência Viva de Estremoz. Este Congresso teve a finalidade de
incentivar os alunos do Básico e do Secundário a interessarem-se pela Ciência,
a formularem os seus projectos, individualmente ou em equipa, a testá-los
experimentalmente, retirando as suas conclusões e, finalmente, a apresentá-los
perante um júri de cientistas.
Cada
trabalho apresentado tinha já sido convenientemente tratado com os alunos e seu
professor e era este que, mais ou menos à distância, consoante a idade dos seus
pupilos, ali estava a dar a tranquilidade que as crianças ou adolescentes
necessitavam.
Foi interessante ver, por exemplo,
crianças com 6 anos, perante um júri de pessoas que elas desconheciam, demonstrarem
que nem todas as substâncias são solúveis na água ou que há umas que se
dissolvem mais facilmente do que outras. E, depois, confrontarem-se com as suas
hesitações, com alguns percalços, não planeados, mas surgidos durante as
experiências. E, depois ainda, tentarem responder às perguntas dos “arguentes”,
sobre aspectos das suas demonstrações.
De salientar, o modo afável como o
júri de dirigia aos participantes, a linguagem simples que utilizava para que
eles pudessem entender o que tinha corrido bem e menos bem, as observações que
lhes eram feitas, chamando-lhes a atenção para as contingências do que é fazer
ciência e para a aprendizagem que se colhe dos erros que são cometidos.
O cientista tem em vista tentar dar
respostas a questões em relação às quais não se encontrou, ainda, uma
explicação aceitável. A verdade, em ciência, é sempre provisória pois, em
qualquer momento, pode ocorrer uma explicação melhor que irá substituir a
resposta já dada. A provisoriedade é algo que, também, poderia aplicar-se à
nossa vida. Uma excepção apenas, em minha opinião: o relativismo moral. O bem não
pode depender de modas, de circunstâncias ou da interpretação que cada um lhe
queira dar.
Mário Freire