terça-feira, 22 de abril de 2014

O HÁBITO DE SER FELIZ (2)


A neurociência já revelou que o nosso cérebro é ‘plástico’, isto é, é maleável e está em contínuo desenvolvimento ao longo da vida. Esta nova perspectiva vem então reforçar a convicção que é possível reestruturar hábitos e alimentar aqueles que nos proporcionam bem-estar e contribuem para a nossa felicidade.
Sentir emoções fortes é importante, mas a felicidade não se resume a momentos de intensa alegria. Há outras fontes para desenvolver o hábito de ser feliz, nomeadamente nutrir atividades ou atitudes que fazem sentido à nossa vida, que nos dão um propósito. Para isso, há que saber o que queremos na vida e o que não queremos, e ter a autodeterminação para lutar por isso de forma consciente, autónoma e responsável. A este ponto, já metade da capacidade de sermos felizes está nas nossas mãos.
Tal como qualquer hábito, quanto mais o praticamos, mais fácil e automático se torna. Assim, há alguns hábitos que contribuem para a felicidade das pessoas, sendo um dos quais a gratidão. Através da gratidão reforçamos as coisas boas que nos acontecem, contrariando assim a natureza do cérebro para se focar nas coisas negativas em primeiro lugar.
Ao lembrar constantemente as situações positivas, o cérebro, sendo plástico, habitua-se a ‘pensar’ da forma como o direcionamos. Quanto mais se faz isso, mais ele automaticamente se manifesta positivamente. Podemos começar por pequenas coisas: quanto mais as repetirmos, mais se tornam espontâneas e mais facilmente damos o passo seguinte.
Há outros fatores que contribuem para a felicidade, como é o caso de ter um cérebro com uma maior ativação na parte esquerda. Mas também isso é possível alterar através da meditação, por exemplo. Vemos então que o hábito de ser feliz está mesmo nas nossas mãos!
(continua…)

                                                  Rossana Appolloni