Na
base das nossas ações estão as emoções. A cada emoção corresponde um
comportamento específico, que será diferente para cada um de nós. Se, por um
lado, esse comportamento pode revelar-se útil para ultrapassar os desafios da
vida, por outro lado, pode bloquear a pessoa e criar mal-estar.
Sentir
medo num determinado momento pode ser positivo na medida em que nos leva a
fugir e a salvar-nos da situação. No entanto, noutras circunstâncias, há
pessoas que podem ficar bloqueadas pela incapacidade de dar expressão àquilo
que sentem. Não se trata, portanto, de controlar as emoções, como se fizessem
parte de um mecanismo possível de controlar a nosso gosto. Trata-se de aprender
a dar espaço às emoções para que se manifestem de forma adequada.
A
raiz da palavra emoção em latim é moveo (movimento) com o prefixo «e-»
(origem), o que indica que em cada emoção está implícita uma tendência para
agir. Há emoções que não se aprendem, já nascem connosco: é o caso da raiva, da
tristeza, do medo, da alegria, do amor, da surpresa, da repulsa e da vergonha.
As
emoções são provocadas pelos eventos externos e a leitura que fazemos deles
provoca um determinado impacto dentro de nós, o qual, por sua vez, dá origem a
uma ação. Por essa razão é que a mesma situação pode provocar emoções
diferentes nas pessoas: depende da leitura que cada um faz e o impacto que esse
evento tem, que é diferente de sujeito para sujeito. É importante termos um
autoconhecimento que nos permita identificar o que sentimos e em que
circunstâncias o sentimos para que haja uma comunicação dentro de nós que nos
facilite um comportamento coerente com a nossa vontade e intenção.
Quando
não conseguimos gerir de forma consciente e voluntária esta passagem do impulso
externo à ação, cria-se uma espécie de curto-circuito no canal e a emoção acaba
por se manifestar de forma distorcida. Conhecermo-nos é então um ato de
coragem. A palavra coragem vem do latim agir com o coração (cor coração +
atĭcum ação). Ter coragem é simplesmente agir de acordo com o que
verdadeiramente sentimos.
Rossana
Appolloni