O
placebo é uma qualquer substância que não tem efeitos terapêuticos específicos.
É administrado a uma pessoa, a qual está convencida de estar a tomar um
medicamento com determinados princípios ativos, pelo que os seus efeitos se
manifestam da mesma forma.
O efeito placebo é uma consequência do facto de
o paciente acreditar que a terapia funcione, sobretudo se já estiver
condicionado pelos benefícios de um tratamento anterior. O mecanismo que está
na base do efeito placebo é psicossomático na medida em que o sistema nervoso,
como resposta às crenças do sujeito, induz uma série de reações neuroquímicas,
as quais influenciam atividades fisiológicas importantes, tais como a perceção
da dor, o controlo da atividade respiratória, a repostas imunitária, etc.
No
entanto, também já se identificou o efeito placebo em patologias orgânicas,
como a artrite reumatóide, osteoartrite ou úlcera e até em doentes submetidos a
intervenções cirúrgicas. Em algumas operações cardiovasculares, a “operação
falsa” produziu os mesmos benefícios daquela verdadeira, em resposta ao
significado atribuído pelo sujeito ao ato terapêutico.
No
entanto, para que o efeito placebo tenha resultado, é necessário que se reúna
uma condição essencial: o paciente tem de estar plenamente convencido de que
está a receber um tratamento, ignorando por completo a natureza do placebo.
A
consciência do efeito placebo por parte do paciente determina o anulamento do
efeito, pelo que não é possível utilizar o placebo como método de cura. Estudos
mais recentes indicam que é o nosso inconsciente a desencadear este efeito.
Ainda que esta questão continue sob investigação, é incrível verificar o poder
de cura que temos sobre o nosso próprio corpo e, simultaneamente, a dificuldade
de, conscientemente, a determinar.
Rossana
Appolloni