domingo, 27 de outubro de 2013

EFEITO PLACEBO


O placebo é uma qualquer substância que não tem efeitos terapêuticos específicos. É administrado a uma pessoa, a qual está convencida de estar a tomar um medicamento com determinados princípios ativos, pelo que os seus efeitos se manifestam da mesma forma.
 O efeito placebo é uma consequência do facto de o paciente acreditar que a terapia funcione, sobretudo se já estiver condicionado pelos benefícios de um tratamento anterior. O mecanismo que está na base do efeito placebo é psicossomático na medida em que o sistema nervoso, como resposta às crenças do sujeito, induz uma série de reações neuroquímicas, as quais influenciam atividades fisiológicas importantes, tais como a perceção da dor, o controlo da atividade respiratória, a repostas imunitária, etc.
No entanto, também já se identificou o efeito placebo em patologias orgânicas, como a artrite reumatóide, osteoartrite ou úlcera e até em doentes submetidos a intervenções cirúrgicas. Em algumas operações cardiovasculares, a “operação falsa” produziu os mesmos benefícios daquela verdadeira, em resposta ao significado atribuído pelo sujeito ao ato terapêutico.
No entanto, para que o efeito placebo tenha resultado, é necessário que se reúna uma condição essencial: o paciente tem de estar plenamente convencido de que está a receber um tratamento, ignorando por completo a natureza do placebo.
A consciência do efeito placebo por parte do paciente determina o anulamento do efeito, pelo que não é possível utilizar o placebo como método de cura. Estudos mais recentes indicam que é o nosso inconsciente a desencadear este efeito. Ainda que esta questão continue sob investigação, é incrível verificar o poder de cura que temos sobre o nosso próprio corpo e, simultaneamente, a dificuldade de, conscientemente, a determinar. 


                                                    Rossana Appolloni