terça-feira, 10 de setembro de 2013

CONFLITOS NA ESCOLA E MEDIAÇÃO


         Os conflitos dentro da escola emergem do seu próprio funcionamento e tentar fazê-los desaparecer equivaleria a tentar extinguir a própria instituição. O que há a fazer é lidar com eles de modo que possam constituir-se não como um factor de bloqueio do funcionamento escolar mas como uma alavanca que seja um gerador de novas ideias e estratégias de actuação.
            Ora, como foi referido em crónica anterior, a mediação pode ser um modo de resolver um conflito de uma maneira criativa em que não haja perdedores. Elemento central na mediação é o mediador. Este é uma terceira pessoa que não tem poder para impor uma solução e que deve assumir uma postura de neutralidade.
Pretende-se, assim, que a mediação seja um processo pedagógico, em que os protagonistas do conflito mas, também, o mediador, de uma maneira activa, consigam alcançar um acordo.
O colocar no terreno a mediação escolar passa por criar uma equipa multidisciplinar de mediadores com formação em áreas como psicologia, sociologia e outras. Esta equipa poderia incluir professores e não professores, alunos e pais e, se possível, com representação equilibrada dos diferentes grupos, quer de género e idades, quer de nível cultural.
Implementar uma política de mediação na escola iria modificar significativamente o seu modelo educacional e proporcionar outras oportunidades de enriquecimento humano. Não seria fácil mudar hábitos, atitudes e procedimentos há muito estabelecidos mas talvez fosse um desafio que valesse a pena tentar!

                                        Mário Freire