Os conflitos dentro da
escola emergem do seu próprio funcionamento e tentar fazê-los desaparecer
equivaleria a tentar extinguir a própria instituição. O que há a fazer é lidar
com eles de modo que possam constituir-se não como um factor de bloqueio do
funcionamento escolar mas como uma alavanca que seja um gerador de novas ideias
e estratégias de actuação.
Ora, como foi referido em crónica
anterior, a mediação pode ser um modo de resolver um conflito de uma maneira
criativa em que não haja perdedores. Elemento central na mediação é o mediador.
Este é uma terceira pessoa que não tem poder para impor uma solução e que deve
assumir uma postura de neutralidade.
Pretende-se,
assim, que a mediação seja um processo pedagógico, em que os protagonistas do
conflito mas, também, o mediador, de uma maneira activa, consigam alcançar um
acordo.
O
colocar no terreno a mediação escolar passa por criar uma equipa
multidisciplinar de mediadores com formação em áreas como psicologia,
sociologia e outras. Esta equipa poderia incluir professores e não professores,
alunos e pais e, se
possível, com representação
equilibrada dos diferentes grupos, quer de género e idades, quer de nível
cultural.
Implementar
uma política de mediação na escola iria modificar significativamente o seu
modelo educacional e proporcionar outras oportunidades de enriquecimento
humano. Não seria fácil mudar hábitos, atitudes e procedimentos há muito
estabelecidos mas talvez fosse um desafio que valesse a pena tentar!
Mário Freire