Recebi
há dias, por oferta, a monumental obra em dois volumes “Geologia de Portugal”,
uma edição da Escolar Editora, coordenada por Rui Dias, Alexandre Araújo, Pedro
Terrinha e José Carlos Kullberg, quatro ex-alunos de elevada craveira, hoje
distintos professores universitários. Nela participam dezenas de especialistas
entre geólogos e professores de geologia, alguns venerandos séniors, meus
companheiros de percurso, e muitos, como é natural, meus excelentes ex-alunos e
amigos muito próximos.
O
primeiro volume inicia-se por uma introdução à geodinâmica do território, na
sua globalidade, com um desenvolvimento pormenorizado relativamente aos tempos
anteriores ao Mesozóico, ou seja, todo o Pré-câmbrico e o Paleozóico, da
autoria de António Ribeiro, actualmente o grande dinamizador da geologia no
nosso país e o mentor da maioria dos que com ele levaram a bom termo esta obra.
António Ribeiro
Este
volume completa-se com os variadíssimos aspectos da geologia do ciclo Varisco
nos sectores norte e sul do País, numa perspectiva apoiada pelos mais modernos
desenvolvimentos nos domínios da estratigrafia, da petrologia, da geologia
mineira e da geodinâmica.
O
segundo volume, consagrado à geologia dos tempos pós-paleozóicos, desenvolve a
estratigrafia, a paleogeografia e a tectónica das Bacias Meso-cenozóicas
Meridional (Algarvia) e Ocidental (Lusitânica), faz o ponto da situação
relativo ao conhecimento das margens sul e ocidental e dedica um capítulo às
bacias cenozóicas do Douro, do Mondego, do Baixo Tejo e de Alvalade. Aborda a
geologia dos arquipélagos dos Açores e da Madeira e debruça-se sobre o problema
das fontes sísmicas ao longo da fronteira de placas tectónicas entre os Açores
e a Argélia, propondo um modelo sismotectónico inovador.
Galopim
de Carvalho