«Em casa ninguém me
ajuda, no trabalho cai tudo sobre mim, ela/ele não me compreende…» e por aí
fora, são frases comuns que levam muitas pessoas a viverem revoltadas e
infelizes e a culparem tudo o que lhes é externo pelo mal-estar interior que
sentem. Tudo à volta corre mal porque os outros não se portam bem, não
correspondem às expectativas.
Mas
será justo atribuir culpas à forma de ser das pessoas? Será justo culpar alguém
de não nos entender? Tentar jogar no terreno da atribuição de culpas é
afundar-se em areias movediças, é desgastar energias num poço sem fundo. Pelo
contrário, assumir responsabilidades abre-nos as portas para outro mundo.
Assumir
a responsabilidade não tem nada a ver com admitir a culpa. Ser responsável
significa apropriar-se da habilidade de responder aos acontecimentos, significa
dar as respostas mais funcionais aos desafios que a vida nos coloca. Somos
completamente responsáveis por nós, isto é, pela forma como pensamos, sentimos,
falamos e agimos.
Cada
um é dono do seu terreno e ninguém consegue exercer poder no terreno do outro.
A única coisa que podemos fazer é mudar a forma como pensamos, agimos e
sentimos acerca do exterior.
Assumir
a responsabilidade das nossas respostas e estados de ânimo, implica retirar aos
eventos externos qualquer ascendente sobre nós. Somos nós que escolhemos como
queremos responder, isto é, como queremos usar a nossa responsabilidade. Passar
do «ela irrita-me» ao «eu fico irritada com ela» ajuda-nos a reapropriarmo-nos
do poder que cada um tem sobre a sua vida.
Conseguir
mudar a perspectiva e assumir a responsabilidade em cada situação liberta-nos
para um mundo onde a escolha é sempre nossa. E quando a escolha é nossa,
podemos mudar o que quisermos, só depende de nós!
Rossana Appolloni