segunda-feira, 19 de agosto de 2013

DA CULPA À RESPONSABILIDADE


       «Em casa ninguém me ajuda, no trabalho cai tudo sobre mim, ela/ele não me compreende…» e por aí fora, são frases comuns que levam muitas pessoas a viverem revoltadas e infelizes e a culparem tudo o que lhes é externo pelo mal-estar interior que sentem. Tudo à volta corre mal porque os outros não se portam bem, não correspondem às expectativas.
Mas será justo atribuir culpas à forma de ser das pessoas? Será justo culpar alguém de não nos entender? Tentar jogar no terreno da atribuição de culpas é afundar-se em areias movediças, é desgastar energias num poço sem fundo. Pelo contrário, assumir responsabilidades abre-nos as portas para outro mundo.
Assumir a responsabilidade não tem nada a ver com admitir a culpa. Ser responsável significa apropriar-se da habilidade de responder aos acontecimentos, significa dar as respostas mais funcionais aos desafios que a vida nos coloca. Somos completamente responsáveis por nós, isto é, pela forma como pensamos, sentimos, falamos e agimos.
Cada um é dono do seu terreno e ninguém consegue exercer poder no terreno do outro. A única coisa que podemos fazer é mudar a forma como pensamos, agimos e sentimos acerca do exterior.
Assumir a responsabilidade das nossas respostas e estados de ânimo, implica retirar aos eventos externos qualquer ascendente sobre nós. Somos nós que escolhemos como queremos responder, isto é, como queremos usar a nossa responsabilidade. Passar do «ela irrita-me» ao «eu fico irritada com ela» ajuda-nos a reapropriarmo-nos do poder que cada um tem sobre a sua vida.
Conseguir mudar a perspectiva e assumir a responsabilidade em cada situação liberta-nos para um mundo onde a escolha é sempre nossa. E quando a escolha é nossa, podemos mudar o que quisermos, só depende de nós!


                                                 Rossana Appolloni