O trabalho de um
professor está muito longe de se limitar às horas lectivas em que, assumindo o
seu papel de líder da turma, através de métodos mais ou menos participativos,
proporciona aos alunos as diversas aprendizagens.
Existem outros trabalhos, não menos
importantes, em que o professor é solicitado a dar o seu contributo na escola.
Um deles passa por acompanhar os alunos nas suas aprendizagens. Ora, este
acompanhamento pode revestir várias formas.
Na
matriz curricular do 1º ciclo fala-se no estudo
acompanhado. Diz-se na legislação enquadradora deste estudo que ele é “orientado
para a criação de métodos de estudo e de trabalho que promovam a autonomia da
aprendizagem e a melhoria dos resultados escolares”.
Aqui
está uma meta de grande alcance educacional que exigiria da parte de todos
aqueles que, directa e indirectamente, intervêm neste espaço pedagógico uma
atenção quer sobre a metodologia nele adoptado, quer sobre o seu conteúdo.
Não
sei se os professores que intervêm nesta actividade estão a ter (ou tiveram) alguma
formação no domínio do aprender a
aprender. Este sector das ciências da educação, contudo, é de grande
importância pois envolve, seja da parte do professor, seja do aluno, certos
procedimentos que facilitam a aprendizagem e tornam o seu conteúdo mais
duradouro. E estando o aluno apetrechado com meios que o habilitem a aprender
melhor, certamente que será mais autónomo e, consequentemente, melhorará os
resultados escolares.
Mas
não só os professores do 1º ciclo, especialmente indicados para o estudo acompanhado, deveriam ter
formação neste campo. Esta formação interessa a todos os outros professores de
qualquer nível de ensino. Aprende-se a aprender ao longo de toda escola mas, também,
ao longo da vida.
Mário Freire