quarta-feira, 10 de julho de 2013

O LEGADO DO CONDE FERREIRA - 9


Em 16 de Dezembro de 1872, a acta da sessão da Câmara de Castelo Branco volta a referir dificuldades financeiras para solucionar os acessos à Escola: “suspender as obras respeitantes à rua que se dirige ao edifício para a escola no recinto do castelo por se haver despendido muito além do orçamento geral(…)”.
Consta ainda da mesma acta a citação de adiamento na resolução do requerimento de Manuel Baptista Palaio que ”pretende ser indemnizado dos prejuízos que sofrera na arrematação das obras da casa para a Escola pela pena do trabalho nos dias de verão por o edifício ser coberto em Agosto e haver feito o trabalho no inverno e as ferragens haverem subido de preço” . (sic)
O encerramento dos trabalhos da construção da Escola do Castelo só vem a ser documentado em 27 de Julho de 1875, passados oito anos de construção com várias interrupções motivadas por escassez de meios económicos. É com base numa referência à aplicação do edifício a instalação do Liceu, pretensão que não tinha viabilidade por contrariar a reserva testamentária, que António Roxo lhe faz alusão na sua Monografia de 1890 .
Mas vejamos como se processou a utilização do edifício escolar do Castelo construído com base no legado do Conde Ferreira.
Quando se diligenciou encontrar um edifício adaptado à instalação da recentemente criada Escola de Habilitação para o Magistério Primário em Castelo Branco, nunca se pôs a hipótese de utilizar este edifício para este efeito porque não cumpria a reserva testamentária já referida antes, ou provavelmente por dificuldades de acesso. O certo é que a primeira instalação da Escola Normal foi localizada na então Avenida (hoje rua) Vaz Preto, não obstante impor obras de adaptação de algum volume e importância que levou tempo a remover.

                               Francisco Goulão