A educação de nível
superior é de grande importância para satisfazer as necessidades humanas e
empresariais. Todavia, a medição dos resultados educacionais envolvendo
instituições, culturas e disciplinas é complicada e controversa, apresentando
diversos desafios. São de salientar, os seguintes:
- A
diversidade das instituições: especializadas ou generalistas, de âmbito
internacional ou regional, de carácter mais ou menos selectivo.
- A
diversidade dos sistemas de ensino superior.
- A
diversidade dos conteúdos, a diversidade cultural e linguística e a duração dos
cursos.
A participação dos alunos e até de
algumas instituições na avaliação, poderá também constituir uma dificuldade
acrescida.
Embora as listas de ranking venham a
ser publicadas desde há longa data por diversas agências e organizações
nacionais e internacionais, só recentemente as instituições visadas, os
responsáveis educativos e os media as vêm encarando com interesse, sempre
crescente diga-se a propósito. Existem milhares de instituições de ensino
superior em todo o mundo, mas a grande preocupação é conseguir ocupar um dos
lugares do top 100.
E qual será o impacto e a influência
a nível global que o ranking tem? Os responsáveis acreditam que os rankings
contribuam para uma melhoria da imagem e reputação das instituições que lideram
e possibilitem uma ajuda aos estudantes para fazerem a sua escolha,
especialmente ao nível da pós graduação internacional, sector altamente
lucrativo.
Também
os rankings poderão influenciar decisões relativas à acreditação, ao
financiamento e à capacidade empregadora. A posição na lista de ranking é
utilizada para fins publicitários das mais diversas formas, incluindo o próprio
web-site da instituição. Por vezes, os rankings conduzem a mudanças na
organização e nas prioridades da instituição, assim como nas parcerias
estabelecidas com outras instituições: são uma manifestação de competição
global.
Cada
sistema usa os seus próprios indicadores para medir a actividade das
instituições. Serão necessários indicadores que tornem comparáveis os dados
relativos ao ensino ministrado e aos resultados obtidos. Sem surpresa,
verifica-se que os responsáveis procuram influenciar alguns desses indicadores,
nomeadamente em termos de selecção de candidatos e de alocação de recursos.
Também os governos e promotores tentam incentivar a criação de instituições de
excelência, mesmo à custa de investimentos adicionais.
Os rankings estão pois a provocar um
importante debate em relação à qualidade e ao desempenho das instituições de
ensino superior: como poderão os indicadores ser definidos e medidos por quem e
com que propósito? A sua comparação será cientificamente correcta e
aceitável?
FNeves