terça-feira, 2 de julho de 2013

O IMPACTO DOS RANKINGS NAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR


      A educação de nível superior é de grande importância para satisfazer as necessidades humanas e empresariais. Todavia, a medição dos resultados educacionais envolvendo instituições, culturas e disciplinas é complicada e controversa, apresentando diversos desafios. São de salientar, os seguintes:
- A diversidade das instituições: especializadas ou generalistas, de âmbito internacional ou regional, de carácter mais ou menos selectivo.
- A diversidade dos sistemas de ensino superior.
- A diversidade dos conteúdos, a diversidade cultural e linguística e a duração dos cursos.
            A participação dos alunos e até de algumas instituições na avaliação, poderá também constituir uma dificuldade acrescida.
            Embora as listas de ranking venham a ser publicadas desde há longa data por diversas agências e organizações nacionais e internacionais, só recentemente as instituições visadas, os responsáveis educativos e os media as vêm encarando com interesse, sempre crescente diga-se a propósito. Existem milhares de instituições de ensino superior em todo o mundo, mas a grande preocupação é conseguir ocupar um dos lugares do top 100.
            E qual será o impacto e a influência a nível global que o ranking tem? Os responsáveis acreditam que os rankings contribuam para uma melhoria da imagem e reputação das instituições que lideram e possibilitem uma ajuda aos estudantes para fazerem a sua escolha, especialmente ao nível da pós graduação internacional, sector altamente lucrativo.
Também os rankings poderão influenciar decisões relativas à acreditação, ao financiamento e à capacidade empregadora. A posição na lista de ranking é utilizada para fins publicitários das mais diversas formas, incluindo o próprio web-site da instituição. Por vezes, os rankings conduzem a mudanças na organização e nas prioridades da instituição, assim como nas parcerias estabelecidas com outras instituições: são uma manifestação de competição global.
            Cada sistema usa os seus próprios indicadores para medir a actividade das instituições. Serão necessários indicadores que tornem comparáveis os dados relativos ao ensino ministrado e aos resultados obtidos. Sem surpresa, verifica-se que os responsáveis procuram influenciar alguns desses indicadores, nomeadamente em termos de selecção de candidatos e de alocação de recursos. Também os governos e promotores tentam incentivar a criação de instituições de excelência, mesmo à custa de investimentos adicionais.
            Os rankings estão pois a provocar um importante debate em relação à qualidade e ao desempenho das instituições de ensino superior: como poderão os indicadores ser definidos e medidos por quem e com que propósito? A sua comparação será cientificamente correcta e aceitável? 

                                    FNeves