sábado, 20 de abril de 2013

OS RECREIOS ESCOLARES E O COMPORTAMENTO DOS ALUNOS

          


Quando observamos, de fora, alguns recreios de escolas do ensino básico temos oportunidade de verificar vários tipos de comportamento nos alunos: convivência grupal, isolamento, correria, agressividade...
Ora, os recreios podem ser facilitadores ou inibidores de comportamentos adequados dentro e fora da sala de aula. Quando neles os equipamentos, os espaços e a vigilância são reduzidos, criam-se condições para que as actividades dos alunos nem sempre sejam as mais equilibradas.
Por sua vez, se houver espaços suficientemente amplos, agradáveis à vista, com jogos que permitam a cooperação e uma vigilância discreta mas eficaz, então eles constituem-se em lugares de convivialidade e proporcionadores de um ambiente psicológico que prepara para as actividades lectivas que se lhes seguem.
Questionando as crianças e os adolescentes sobre os espaços e os tempos que mais valorizam eles, de uma maneira geral, elegem os recreios. É nos recreios que os adolescentes e pré-adolescentes intensificam a sua socialização com os seus pares; ali se geram amizades mas, também, disputas que ajudam a crescer e a criar defesas para com os embates que a vida adulta lhes vai reservar.
Note-se, por outro lado, que é, essencialmente, nos recreios que o bullying, isto é, os actos de violência física ou psicológica e intencionais, causando sofrimento, têm lugar.
Os recreios merecem, pois, que lhes seja dedicada uma atenção específica por parte das direcções das escolas em que os auxiliares de acção educativa têm um papel importante de observação, de interpretação dos comportamentos dos alunos, de prevenção de situações de agressividade e de encaminhamento. Mas, igualmente, os professores não podem ignorar a importância dos recreios e a repercussão do que neles acontece nas suas próprias aulas. 

                                                                  Mário Freire