quinta-feira, 4 de abril de 2013

CULTIVAR-SE A INTELIGÊNCIA OU A SABEDORIA?



     Um jovem que é capaz de entrar, informaticamente, em sistemas altamente blindados, que consegue extrair deles informação confidencial e perigosa é, certamente, uma pessoa inteligente, independentemente, depois, de ter ou não feito mau uso dela.
Igualmente, um estadista que, perante grave problema, consegue discernir, de entre as várias soluções que se lhe apresentam, aquela que melhor pode contribuir para uma solução sustentada, tendo em vista o bem daqueles que governa, sem subjugação aos lóbis instalados, é uma pessoa inteligente.
A diferença entre a primeira pessoa citada e a segunda é que esta agiu com sabedoria enquanto que a outra não.
            A inteligência tem a ver com a capacidade que alguém tem para aprender, compreender ideias, resolver problemas, utilizar os conhecimentos e aplicá-los em situações diferentes. A sabedoria, por sua vez, é a capacidade que permite discernir o melhor caminho a seguir, a melhor decisão a tomar, tendo em consideração os diferentes contextos que a vida apresenta.
            Ser-se inteligente não significa ter-se sabedoria; assim como ser-se experiente não significa ter-se sabedoria. A sabedoria é um conceito englobante em que, não estando dela excluídas a inteligência e a experiência, ela as ultrapassa com a inclusão da paciência, da delicadeza, da humildade, da escuta dos outros, da oportunidade, da ética.
           A escola preocupa-se, fundamentalmente, com a inteligência, com a acumulação de saberes e com a sua aplicação. No entanto, a aprendizagem da sabedoria também nela deveria ter lugar pois é dela que resultam as decisões que ajudam a mudar as pessoas e o mundo para melhor.
    Aprende-se a sabedoria estando-se atento a si próprio, aos outros e às circunstâncias, analisando com humildade os êxitos e reconhecendo os insucessos, para deles, depois, com serenidade, retirar as consequências.
         Sejamos sábios e que a sabedoria se instale no poder!

                                                      Mário Freire