Um dos aspectos a
considerar na personalização do ensino é o de adequar as tarefas às capacidades
dos alunos. Mas, em certos casos, as suas dificuldades não decorrem tanto da
complexidade da tarefa a executar mas, antes, da falta de tempo para a sua
execução. Nestes casos, os alunos podem atingir os objectivos estabelecidos
desde que lhes seja dado mais tempo. E esta situação deveria aplicar-se não só
para determinadas tarefas padronizadas, por exemplo, os exames, mas também para
outras, no decorrer das próprias aulas.
Certos temas poderiam, então, ser
abordados pelo professor numa perspectiva de diferenciação no tempo. Este modo
de actuar, para além de proporcionar maior segurança ao aluno, evita que o
professor prepare uma multiplicidade de actividades diferentes, uma vez que
aquele a irá realizar de acordo com o seu próprio ritmo.
Mas, como em quase
tudo na vida, uma mesma situação apresenta aspectos favoráveis e desfavoráveis.
E a diferenciação no tempo não foge a esta norma. Ora, o inconveniente desta
abordagem, caso fosse um processo continuado, é o de que a turma em breve
deixaria de funcionar como grupo. Por isso, o professor terá, igualmente, de
diferenciar a sua relação pedagógica, de acordo com as circunstâncias que se
lhe apresentam (e a sua competência).
Quando se fala em
educação, vêm logo à mente os métodos utilizados, os materiais didácticos em
uso, a competência dos professores, os meios financeiros disponibilizados, a
adequação dos edifícios escolares às necessidades do ensino e, naturalmente, os
alunos. Ora, é para eles que todas as outras variáveis convergem. Mas essa
convergência nem sempre tem, na devida conta, o tempo que eles necessitam para proporcionarem uma aprendizagem eficaz, sustentada, pensada, interiorizada. Precisamos
de tempo para pensar! Precisamos de tempo para aprender!