A
educação melhorou consideravelmente nos últimos cinquenta anos. Todavia, ao
mesmo tempo que cada vez maior número de estudantes frequenta as escolas também
um maior número de estudantes abandona o sistema educativo, sem que tenham
adquirido as competências necessárias para uma correcta inserção no mercado de trabalho.
Nos países ocidentais estima-se que um em cada três adultos possua apenas
educação secundária.
A
educação é determinante no futuro de qualquer pessoa; ela não só está associada
a uma maior remuneração mas, também, a melhor saúde e até a uma maior esperança
de vida. Não é de esquecer, igualmente, que a educação poderá contribuir
decisivamente para o crescimento económico.
O insucesso
escolar penaliza uma criança para toda a vida. Uma criança que, como
consequência desse insucesso, abandona a escola sem qualificações, tem
perspectivas desfavoráveis em termos de emprego: menor remuneração na vida
activa e menor pensão de reforma. Também não será capaz de participar na vida
cívica nem de enquadrar-se convenientemente na sociedade moderna, além de vir a
pagar menos impostos.
O
abandono escolar, igualmente, acarreta custos elevados para a sociedade, limita
a capacidade de produzir, crescer e inovar, prejudica a coesão social e impõe
aumento das despesas sociais.
A
redução do insucesso escolar e consequente abandono são uma prioridade para as
políticas educativas de qualquer país. A educação e as competências são cada
vez mais valorizadas na sociedade, já que as pressões geradas pela globalização
põem em risco a coesão social.
A
crise económica actual obriga a uma resolução prioritária do problema, visto
que tornou muitas famílias vulneráveis economicamente. A situação coloca grande
pressão sobre os governos em termos de escolha e implementação de melhorias nas
políticas educativas.
O
afastamento da escola ocorre quando as políticas educativas não conseguem
evitar que o estudante siga o seu percurso escolar normal. Várias causas podem
ser apontadas; da responsabilidade do estudante, podemos referir as
dificuldades de aprendizagem, enquanto que os curricula e os métodos de
ensino inadequados poderão ser da responsabilidade da escola e do poder central.
O
insucesso escolar não é inevitável: políticas adequadas poderão conduzir-nos a
sociedades mais justas em que os custos sociais sejam mínimos e em que todos
possam ter as mesmas oportunidades. Pôr em prática políticas que reduzam o insucesso
escolar e o abandono escolar, terão custos que serão recuperados a longo prazo.
Nos
Estados Unidos um diplomado possuidor de grau superior poderá ganhar durante a
sua vida activa mais $ 260.000 que um diplomado por uma escola secundária e
pagar mais $ 60.000 em impostos. Também as despesas a suportar com a segurança
social serão menores. Embora com valores muito diferentes, a situação em
Portugal é semelhante.
Mesmo
em época de crise, será desejável que as estruturas educativas continuem a
desenvolver acções que contribuam para a redução dos constrangimentos da
educação em Portugal.
FNeves