sábado, 7 de julho de 2012

ESTRATÉGIAS PARA MELHORAR OS RESULTADOS DOS ALUNOS


                Num trabalho jornalístico trazido no “Público”, há já alguns meses, falava-se de duas professoras de Física e Química de uma escola secundária que tinham conseguido resultados de mérito nessa disciplina. Tal situação poderia ser considerada normal, não fossem dois factos: primeiro, a disciplina de Física e Química ser, tradicionalmente, daquelas em que o número de reprovações é elevado; segundo, os alunos sobre os quais incidiu o ensino serem oriundos, na generalidade, de meios desfavorecidos.
            Essas professoras identificam, para obter tais resultados, vários princípios. Um deles é o de “muito trabalho, muita dedicação, muita exigência”. E, como corolário deste, “ninguém pode exigir trabalho aos alunos se não trabalhar também”. Para justificar esta asserção, além das horas normais, as professoras, que funcionam em equipa, dão mais duas horas por semana a cada turma e uma terceira hora aos alunos que sentem mais dificuldades. O ensino da disciplina inclui, ainda, visitas de estudo e conferências feitas por pessoas vindas do exterior.
            Um outro princípio assumido pelas docentes, que identifiquei na peça jornalística, é que a escola tem que proporcionar as condições para que as características desfavoráveis dos alunos se atenuem; ela “deve dar a todos condições para terem sucesso no final do ano. Aproveitar ou não, depende deles (alunos) e dos pais; mas disso serão eles responsabilizados”.
            Outro aspecto perfilhado pelas professoras é o de considerarem a assiduidade e a pontualidade como valores a seguir escrupulosamente. No início do ano as professoras manifestam a sua disponibilidade de alargar os tempos de aulas e, perante tal atitude, a maioria dos pais e alunos assume o compromisso de considerar todas as aulas como obrigatórias, com as consequências daí advenientes. 
            Elas consideram, ainda, que a educação tem que formar alunos críticos e com ideias próprias mas não tem que ser necessariamente lúdica, o que não é incompatível com a afabilidade. Nem sempre aprender é uma tarefa fácil mas, como dizem, “o que custa tem sempre mais valor”.
            O “receituário” não parece fácil de cumprir mas, pelos resultados, foi eficaz.
           

                                                           Mário Freire