quinta-feira, 5 de julho de 2012

DA EDUCOLOGIA À INSTRUÇÃO - 11


                                 Princípios a honrar (Continuação)

Na sequência de princípios a honrar, são de destacar ainda os seguintes:
Partilha – O princípio da partilha é oposto a toda a forma de competição egoísta. Assagioli propõe “um amor sábio, um amor generoso, um amor que deixa espiritualmente livre quem dá e quem recebe.” Neste espírito, conta o dom recebido e sobretudo o amor de quem oferece.
Perícia – Esta faz apelo à competência no domínio que esteja em causa. Nela se conjuga o saber com o saber-fazer e o saber-viver, aliando a teoria com a prática. O amadorismo não basta.
Solidariedade – Evoca esta o sentido da colectividade, vindo a comprovar que da união provém a força e o sucesso. O convívio e o trabalho em equipa moldam as personalidades e somam as potencialidades.
Unanimidade – Alia-se este princípio a um objectivo comum a característica de cada particular, sem jamais sacrificar um elemento ao outro. Ela se manifesta particularmente na amizade em que a diferença é apreciada.
Unidade – Assagioli formula este princípio nos seguintes termos: “ Para estabelecer um bom relacionamento entre os indivíduos e os grupos humanos é necessário compreender, aceitar e praticar um grande princípio ou verdade que está na base da vida em todas as suas manifestações: O da unidade na diversidade.”

Uma vez expostos os elencos de qualidades a cultivar, obstáculos a integrar e princípios a honrar, importa sublinhar que, implícito e prévio a um simples manual de receitas, está o carácter existencial da educação próprio da educologia. A instrução pode ser apenas uma ideologia, um credo, uma ética, um código de conduta, uma simples ementa. Tudo isto pode motivar ou não, mas é algo que provém do exterior e que não dispensa a educação proveniente do interior. A educologia não exclui a teoria, mas põe o fulcro na vivência. Os simples enunciados anteriormente apresentados em sistema de palavras-chave podem despertar ou avivar essa vivência e servem de exercício prático, ao menos como reflexão, sendo que esta não se limita a uma abstracção. Vem daí o princípio psicossintético de partir da prática para a teoria, entendendo que, colocado na água, o bebé terá uma experiência da mesma anterior e superior ao entendimento da fórmula química desse elemento. 

                                              João d’Alcor