segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

VIAS DE REALIZAÇÃO - 8




                                                      Conclusão

A realização, quer pessoal quer colectivamente considerada, é composta de todas as vias, previamente aqui apresentadas, a conjugar em regime de complementaridade. Figuradas numa pirâmide de sete faces, estas podem representar, na base, uma certa distância e coloração mais ou menos contrastante. Porém, à medida que se aproximam do topo, progride a evidência da união e da síntese. Na perspectiva da psicossíntese, elas podem ser vistas, como observam John Firman Ann Russel como “o relacionamento dinâmico e contínuo entre o eu pessoal e o Eu transpessoal, mediante todas as experiências da vida.” A este relacionamento individual há que acrescentar a observação de Roberto Assagioli, ao dizer que “a realização é sem fim: do pessoal ao transpessoal, do transpessoal ao Eu do grupo, e deste ao Eu universal.”
A via não é algo, mas sim alguém. A filosofia Zen considera inseparáveis o alvo e o archeiro. A psicossíntese assenta o eixo da abordagem psicológica no fulcro existencial. A nível pessoal, há o sentido de espaço e de tempo entre o archeiro e o alvo. Psicologicamente, são factores a considerar num processo que vai da realização pessoal à realização transpessoal, sendo que o Eu transpessoal pertence ao domínio do eterno e do infinito. Com o desenvolvimento e expansão da cibernética se vai processando e vivendo progressivamente uma experiência sintética da realidade que leva a compreender, em termos existenciais, a convergência e conversão do passado e do futuro no aqui e agora. O recurso à meditação, mais e mais divulgado, está sendo um factor de progresso de particular alcance no qualitativo do viver e no impacto desta experiência.

                                                              João d’Alcor