quinta-feira, 26 de maio de 2011

EDUCAR DE SI PARA O MUNDO

            
                                   EDUCAR DE SI PARA O MUNDO

Afectados por questões patológicas e procurando geralmente as chamadas defesas exteriores, observemos uma nova visão do indivíduo “são” como aquele que pode procurar as suas defesas interiores em busca da verdadeira fonte do ser. É uma perspectiva optimista em que vamos ao interior extrair, usar e aperfeiçoar o nosso potencial.
Neste sentido e aprofundando o verdadeiro sentido da origem da palavra “educação”, que em latim se refere ao tirar de dentro para fora, podemos salientar a importância de usar e de aperfeiçoar o potencial interior do ser humano, neste caso do aluno.
Completando esta interpretação ao aprofundarmos o verdadeiro sentido da palavra “terapia”, que em grego se referia ao culto prestado aos deuses, podemos salientar a necessidade de prestarmos uma atenção mais nobre e personalizada ao indivíduo que procura ser ajudado.
Fundindo estas duas visões encontramos o nosso objectivo que é, procurando ajudar os nossos alunos, prestar-lhes um serviço, retirando o que de mais positivo há em si, descobrindo o seu potencial interior e ajudando a dar um novo sentido à sua vida. Deste modo o lado sadio do indivíduo vem dos antigos conceitos de “bom” “belo” e “verdadeiro”. No fundo referimo-nos a uma “graça original” ao contrário do tão divulgado “pecado original”. E podemos imaginar a força da luz sobre as trevas que tão fácil e rapidamente as elimina. É importante ter consciência de que a existência da luz é mais real e, deste modo, agilizarmos o dualismo saúde/ doença. Acreditarmos na sanidade, ao exercermos a nossa profissão. Salientamos que a realidade dos nossos sentidos interiores é mais sublime que a versão tão frequentemente banalizado dos sentidos exteriores.
Finalmente, fazendo uma analogia entre criatividade e fecundidade, é importante desvalorizar a dependência no processo psicoterapêutico, aplicar ao aluno em contexto educativo, acreditar no verdadeiro sentido da origem grega da palavra “pedagogia” que significa “alguém que conduz”. É importante fazermos o estabelecimento da relação com o jovem numa vertente de incentivo da sua autonomia e do encontro consigo mesmo, pois o indivíduo por si próprio já é detentor da capacidade. O adulto estimula a criatividade, significa, cria a oportunidade. Surge então a fecundidade com um papel muito importante, vamos ajudar, salvar o que já existe em cada indivíduo, dar-lhe um sentido gratificante e de crescimento. A prioridade é o percurso da vivência pessoal a partir do qual podemos ajudar a dar um novo sentido e a compreender melhor cada etapa da vida, por vezes em desequilíbrio, procurando evitar as atitudes de violência.
                                         Paula Luísa Molarinho Faria